Viajar depois dos 60

Experiências reais. Pequenas e grandes aventuras.



"Viajar? Para viajar basta existir. Vou de dia para dia, como de estação para estação, no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes, como, afinal, as paisagens são."

                            Fernando Pessoa (livro do Desassossego)

"Uma vez por ano vá a um lugar onde nunca esteve antes". (Dalai Lama)

Eis um grande conselho. Não importa se vamos para longe ou para mais perto. Às vezes, a cidade ao lado da nossa é território desconhecido para nós. Em 2023 tomei a decisão de ir para muito longe. Conhecer um bocadinho do continente asiático numa viagem à Malásia e a Singapura. Porque viajava sozinha, optei por escolher uma excursão com pessoas que não conhecia (pensava eu), mas que seriam companheiros de uma aventura de 9 dias. Aqui em baixo uma foto do ecrã do meu lugar de viagem indicando Kuala Lumpur e alguns aspetos do aeroporto da cidade. Ao longo dos enormes corredores, uma quantidade considerável de funcionários exibia camisolas que, quer na parte da frente quer atrás, diziam em letras muito legíveis: follow me e ask me. Ora aí estava uma boa ideia e que nos dava algum sentimento de segurança até estarmos ao pé da nossa guia.

Grandes viagens: cuidados a ter

O tempo de duração de cada viagem é muito importante para pessoas mais velhas, obrigadas a estarem muito tempo sentadas, sem mexer as pernas, prejudicando o retorno do sangue venoso das pernas e pés para o coração. Assim, se o sangue demora a fazer esse retorno pode se formar, dentro das veias, um coágulo sanguíneo, provocando a trombose. O meu médico assistente, com quem me consultei cerca de um mês antes da viagem, aconselhou-me a tomar, nos dez dias antes da viagem e durante toda a estadia e regresso, um comprimido de aspirina por dia. Para além disso, é fundamental usar roupas confortáveis e um pouco mais largas, que não causem compressão. Usar meias elásticas também ajuda no retorno venoso. Tomar bastante líquido, principalmente água. Evitar ficar mais de duas horas parado na mesma posição.

Quando decidi para onde ir, fui logo verificar os tempos gastos em voos e aeroportos. Do aeroporto Francisco Sá Carneiro, a Turkish Airlines voou para Istambul. Cinco horas depois da partida, aterrámos no aeroporto Atatürk. Já tinha ouvido falar da imponência do aeroporto de Istambul, cidade onde tinha estado,, há muitos anos atrás, num cruzeiro à Turquia e às ilhas gregas, organizado pela Casa do Pessoal da RTP. (Mas essas são outras histórias, que também merecem ser contadas, mas a seu tempo...). O que mostro agora é o grandioso aeroporto Atatürk, onde caminhámos, a passo acelerado, quase uma hora, eu e a Marta, minha companheira desde a saída do Porto, para encontrarmos a nova porta de embarque, onde o grupo todo havia de se encontrar e conhecer pela primeira vez. A viagem seguinte era de ... onze horas, até Kuala Lumpur.

A consulta do viajante

Mesmo quando pensamos que estamos muito bem de saúde, quer física quer psicologicamente, vale sempre a pena marcar uma "consulta do viajante". Existem em todos os hospitais do SNS e devemos marcar com antecedência (cerca de um mês a mês e meio), para conseguir uma vaga.

Nessas consultas fazem-nos um curto interrogatório sobre o local para onde viajamos, as vacinas que já tomámos e as que são aconselháveis para o destino final.

Tudo isso é muito útil pois assim temos a certeza de que viajamos com grande margem de segurança. Também ficamos a saber se, no local onde pretendemos passar umas férias, temos serviços de saúde públicos, se é exigível seguro de saúde e quais as condições sanitárias do país. Não deixe de procurar a "consulta do viajante", porque mais vale prevenir do que remediar.